sexta-feira, 20 de fevereiro de 2015

o Independentemente

 O que dizer de um Mundo onde o que mais prevalece é a sede de destruição?
 Que se submete a uma dimensão sem rumo, um túnel sem luz e fim. Isso nos obriga a criar refúgios para nos escondermos da guerra sangrenta feita por pessoas sem almas. Os dias passam e cada vez mais nos deixa lições que muitas das vezes nos desagradam. E derrepente nos vemos em um inferno de lembranças e cobranças de um amanhã um pouco melhor.
 Nem tudo é esperado, na verdade pouco nos é previsto, tendo que o enredo da nossa própria história se dá pela vida que nos amaldiçoa com o único crédito da moral que se faz triste e um tanto sombria. Os fantasmas cercam-nos trazendo com um suave soprar o ódio fundido pelo amor fazendo-nos correr em apelo pelas cicatrizes do passado como emenda para as feridas recém criadas por alguém que por natureza deveria nos amar. 
 A sensação do desamor se debate como um demônio prestes a arrastar para a escuridão toda a pureza que por ordem divina se resguardou no canto mais impróprio do seu íntimo. Cenas são criadas em um palco distinto onde inúmeras peças se fazem ilustres, e mesmo com o coração acelerado a mil suas pernas te levam ao centro do palco de frente para os "telespectadores", só o que você vê são lágrimas e mão prostradas ao distúrbio mental  . 
 Como correr se agora  as mesmas pernas que tanto lhe sustentaram  te abandonam fazendo-te cair em própria humilhação? Pois bem os rostos enfim criam formas e expressões, algumas mais vagas do que outras, mesmo assim assombrosas. Por um instante as luzes se apagam e mãos te agarram queimando-te em um fogo demoníaco, subitamente ao abrir os olhos você compreende que após um tempo na penumbra da escuridão aprende-se a ver além do que os olhos carnais podem enxergar. 
 Você grita mais ninguém pode te ouvir, você chora mais ninguém pode te ver, você sofre mais ninguém pode ver e sentir a tua dor, nada mais adianta, nada mais te salvará, não existe força suprema capaz de te reerguer, você está no inferno, presa em uma jaula com um predador sedento por ti, pela tua lama, mais ela também já não existe mais. Acabou agora abrace tua solidão, teu ódio, tristeza, e todos os rancores, desamores e lembranças fantasmagóricas, mais principalmente abrace  o demônio que sugou sua alma sacrificando-a como um pedaço de carniça aos urubus, abrace à tudo e se destrua, submeta-se ao total e irreversível desastre para que possa ressurgir das suas próprias cinzas, como uma fênix perfeita a sobrevoar a imensidão do espaço a procura de um novo Mundo, onde possa repousar sobre a luz tênue do luar, pois tudo acabou e aquele Mundo se foi, tudo não passou de um segundo, o final deu lugar ao recomeço, tão merecido e doce recomeço, que não passará de um mais segundo. 
                                             SDias (McSS)

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